2013/08/19
Sonhe
Quer sonhar meus sonhos uma noite?
Entrego meus segredos, pode vê-los
Pode tê-los e sonhá-los como quiser
Há um desejo sem nome e proibido
Quero sentir o perfume misterioso
Aquele que é como impressão digital
Que é incomparável e insubstituível
Carrega a agonia de querer sem rumo
Sem futuro e sem probabilidades
Porque eu sonho um sonho todo perdido
O desejo de sentir o perfume humano
Não mundano, que é perfume de alma
Quero ser impregnada por outra alma
Se te dou meu sonho é por esperança
Talvez você saiba como vivê-lo e me diga
Não de uma forma vã, mas justa, palpável
Principalmente tátil... Talvez você saiba
Sonhe os mistérios das minhas equações
Depois me ensine como equacioná-los
Ensine-me a tocar o invisível daquela alma
Pois sou tormenta, porque há amor infindo
Você não tem laços; sua visão é límpida
Estou condenada a ver com minha alma
Que o amor, a dor e a ausência nublam
2013/08/18
Em Cantada
Coração traidor
inaugurou o querer
Alma enganadora
deixou-se encantar
Corpo farsante
atiçou o desejo
Então eu me assumi
desejando, querendo
e totalmente encantada
Mas a razão tão presente
sabiamente me alertou
Não se brinca com amor
e eu, que já estava à beira
dispensei a brincadeira
Reunidos todos os sentidos
voltei ao meu caminhar
Jamais brincaria de amar
E você?
O que foi que nos fizemos?
O que foi que você fez de nós?
O que foi que eu fiz a nós?
Olho para sua direção e nada há.
E você, ainda olha para mim?
Eu tento te esquecer, e você,
se esqueceu totalmente de mim?
O que foi que ganhamos?
Eu não ganhei nada, mas e você,
o que foi tão precioso que ganhou?
Eu perdi, é verdade que perdi,
e dói ter perdido aquela alegria.
Ainda me corroem tantas incertezas...
Penso que hoje você é bem mais feliz;
e me alenta um pouco, mas não vejo,
não vejo e nem escuto seu riso...
Só queria entender o que você ganhou;
por te amar, seria feliz pelo seu ganho.
Olho, presto atenção e nada há e dói...
Dói muito perdido ter, ser aquela alegria...
2013/08/15
Lenda
Quando penso em você, e penso
Quando sonho com você, e sonho
Tenho certeza que há botos rosa
E acredito até em sereias azuis
Vejo um mundo dentro do mundo
De botos e sereias namorando ao luar
É vida de lenda e é lenda linda de vida
É ardil de verdade vivendo a realidade
2013/08/14
Retoricamente
Por que tomar-me assim,
toda e tão sua?
Para que fizeste isto,
se não me conterias? ...
Por que este laço,
se não tem desenlace?
Para que tal muralha,
se sabes que voo?
Por que tal distância,
se há anos-luz entre os nós?
No silêncio também há eco?
Basta ouvir com a alma!
Por que me fizeste sorrir?
Para que eu pudesse sonhar...
Tal vez
Tentei fugir sim e muito!
Quis silenciar-me toda,
Ser apenas uma sombra.
Deu não, deu nada! ...
Diante desta avenida?
Sob a luz deste arco-íris?
Escutando esta orquestra?
Deu nada, deu não!
Eis-me bailando em sons únicos,
Iluminada de agora e logo mais,
Criando e construindo o pode ser.
Encantada por sonhos e talvez,
Aspergindo odores no quem sabe,
Desejando que dá, que dará sim!





